quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

O consumismo e o lixo

Consumir significa produzir lixo.
Cada garrafinha de água, saco plástico, celular “velho”, pastilha de freio ou embalagem de hamburguer vira um pedaço de lixo em decomposição por centenas ou milhares de anos, ocupando espaço e contaminando rios e solos.
Somos muitos, logo produzimos muito lixo.
O bombardeio publicitário cotidiano e as técnicas de produção, venda e consumo em massa fazem a montanha crescer em progressão geométrica.
O mundo da descartabilidade instantânea e do consumo abundante e desigual só se sustenta porque é para poucos. Com pouco mais de 1/3 das famílias donas de carros, a cidade já mostra a saturação de um recurso vital: o espaço.
A escassez de recursos e a destruição muitas vezes irreversível de ecosistemas inteiros são conseqüências “naturais” de um mundo consumista, ainda que as indulgências verdes das propagandas sustentáveis prometam o contrário.
Dos três “Rs” sobre o lixo, “reduzir, reutilizar e (só então) reciclar”, o primeiro ainda segue esquecido na era do “hype” da sustentabilidade. O grande negócio é prometer a salvação do planeta para que os clientes possam continuar destruindo sem peso na consciência: “Suje, que nós limpamos. Compre, que nós reciclamos. Polua, que nós plantamos árvores”.
Com espaço e apelo muito maiores do que o marketing verde, o departamento de vendas e o marketing convencional seguem dizendo: “Compre, compre muito. Compre tudo que você não precisa mas acha que quer porque a gente te disse 5 mil vezes por dia que era para você querer”.
Neste natal e em todos os outros 364 dias do ano, dê um presente à vida: compre menos.

Um comentário:

Pati disse...

pois é... vivemos no meio do lixo!!!! e o pior é que temos a consciencia, sabemos a importancia de reciclar e não o fazemos!!!!!
Somos culpados por tudo que está acontecendo ao nosso redor...